sábado, 8 de agosto de 2009

Geração Coca-Cola

Quando eu era um jovem estudante, antes da faculdade, vivia me perguntando para que raios eu necessitava aprender determinadas matérias – e, dentro delas, determinados assuntos extremamente esdrúxulos.

As respostas que eu recebia eram variadas: algumas mais sinceras, do tipo “...você só vai precisar delas nos exames de admissão das universidades...” (não quero entrar aqui , não pelo menos hoje, nesse sistema de “admissão”, que tem se tornado cada vez mais ridículo, para falar o mínimo); outras bem cínicas, do tipo: “...olha, meu filho, você precisa ter uma cultura geral abrangente, vasta, para poder vencer na vida (?!)...”

E eu acreditei. E, de fato, não posso negar que tenho uma cultura geral abrangente, vasta, rica... Posso conversar (não muito mais do que isso), desde o cateto e a hipotenusa até o Sacro Império Romano-Germânico.

Mas, o quanto tudo isso tem sido útil para me ajudar a “vencer na vida”? Nada. Ou,vá lá, praticamente nada. E de quem é a culpa? Bem, primeiramente da escola e, segundamente, dos pais – pelo menos daqueles que se comportam como receptores passivos.

A verdade, acabo de ouvir enquanto estou escrevendo este texto de minha especial colaboradora, é que a escola vem produzindo gerações de experts em Báscara, mas de verdadeiros poços de ignorância de baixíssimo desenvolvimento pessoal (começando pelo básico: bom dia, boa tarde, boa noite, por favor, com licença e desculpe-me).

Mas não é só isso. Depois do básico, deveria vir o estímulo ao raciocínio crítico, bem como o verdadeiro preparo para a guerra diária da sobrevivência, sem o que a melhor chance do indivíduo é engrossar as fileiras das inúmeras massas de manobra que habitam nosso planeta.

Não é a toa que diversos tipos de ideologias arrastam milhões de “fiéis” a comportarem-se de forma totalmente autômata, mouca, como se decorar meia dúzia de citações servisse de alguma coisa. Pura ignorância.

Bom, esse assunto poderia se estender por alguns capítulos e, como meu objetivo não é escrever tratados,vou passar para uma parte mais prática de sua abordagem.

Quem é mínima e digitalmente incluído, deve receber, num espaço de um mês, em sua caixa de e-mail, por baixo, uns 15 e-mails com listas de frases emblemáticas atribuídas a alguém pretensamente famoso. Eu não sou diferente. Mas, curiosamente, eu as leio (nem sempre acreditando nem na fonte, nem no autor e, muito menos, na própria frase).

(*obs.: vide o post da semana passada sobre uma frase pretensamente atribuída a Onassis.)

Resolvi, então, colacionar alguns “mandamentos”, ou seja, mixar e adaptar algumas das muitas frases que já li, que tenham a ver com o assunto que estou abordando hoje. Esses mandamentos deveriam ser desenvolvidos e transformados numa matéria obrigatória na escolas.

Mandamento I – A vida não é fácil, nem justa. Acostume-se com essa idéia. Posicione-se do lado mais favorável do jogo.

Mandamento II A sociedade não está preocupada com a sua satisfação pessoal; ela espera que você faça algo útil por ela antes de você sentir-se bem consigo mesmo.

Mandamento IIISe você acha que seu professor é exigente, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você e é praticamente impossível que esteja disposto a ouvir as suas justificativas por ter falhado.

Mandamento IV – Pequenos trabalhos durante as férias - como entregar jornais - não estão abaixo de sua “posição social”; os vencedores na vida têm outra definição para eles: oportunidade.

Mandamento V – O seu fracasso é exclusivamente seu. Não se justifique e não atribua seus próprios erros a outros como forma de auto-enganação. Aprenda com eles e siga a diante.

Mandamento VIAntes de querer salvar o planeta, aprenda a limpar e arrumar seu próprio quarto.

Mandamento VIIFaça certo da primeira vez. A vida não tem nada a ver com a escola, onde você tem a chance de repetir quantas vezes precisar, até acertar.

Mandamento VIII – A vida não é divida em períodos letivos. Você não terá as férias de verão livres e é muito pouco provável que seus “colegas” o ajudem a fazer as lições-de-casa.

Mandamento IX – A televisão não é a vida real, nem quando ela diz ser.

Mandamento X – Seja legal com aqueles alunos que, normalmente são considerados ‘babacas’, pouco sociáveis, etc.. – existe uma boa possibilidade de você vir a trabalhar para um deles.

Como fiz questão de deixar claro, essas frases não são minhas, com exceção de algumas adaptações. Elas teriam (sempre pretensamente) sido proferidas por alguém que, sim, se pode dizer, tem vencido na vida. E não só por causa pelo dinheiro que tem. Mas pelo excelente ser humano que sempre demonstrou ser.

Proponho trocar algumas aulas de Trigronometria por Bill-Gatesologia.

Ou: http://www.youtube.com/watch?v=DqQqpK757Cg

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